segunda-feira, 4 de junho de 2012

Comissão da Verdade é instalada no Brasil

“Há que conhecer a verdade para que a barbárie não se repita.
Nem perdão, nem talião: Justiça!”
( Maria Victoria de Mesquita Benevides )

Depois de longos anos escondendo o que aconteceu  na época da Ditadura Militar, o Brasil finalmente instala sua Comissão da Verdade, que irá investigar as graves violações aos diretos humanos praticados no período que vai de 1946 há 1988.

O país  é o último da América Latina que vai abrir os documentos militares para apuração. Buscando, assim, resgatar  um momento histórico importante que alguns gostariam que fosse esquecido. O ex- militante político e hoje um dos diretores do Núcleo de Preservação da Memória Política, Maurice Politi, acredita que criação da Comissão é muito importante para a nossa sociedade.

"A formação da Comissão da Verdade é um ganho para o país, principalmente, aqui no Brasil que temos a tradição de passar a borracha e esquecer coisas ruins que aconteceram. Desde que se decretou nas Nações Unidas, em 2006, que o direito a verdade era um direito fundamental do povo, o papel da Comissão se tornou ainda mais importante. Por isso, o que se espera é que ela seja atuante e que revele a história e diga o que realmente aconteceu nos tempos da ditadura", disse Politi.

O objetivo da comissão nesse primeiro momento é esclarecer o que houve na época do regime, promover o direito a memória e gerar a reconciliação nacional. O que irá criar expectativas, debates e questões.

“As expectativas são as mais variadas. Depende se o militante foi perseguido ou preso, os desejos são diferentes.  Mais nós sabemos que em política, muitas vezes, desejamos coisas que não são possíveis de imediato. Então eu acho que as expectativas são em relação a se revelar o que aconteceu e que  se faça um relatório como teve na Argentina e no Chile. Um relatório que  diga o que aconteceu, quem fez as atrocidades, quem foram os mandantes , quem esteve por traz. Só se falam nos militares mas, não eram  todos os militares e poucos que se envolveram isso atrás de uma ideologia atrás de alguém de um estado econômico que financiou tudo isso. Então  nós esperamos que a Comissão da Verdade nos revele isso", declarou Maurice.

A Comissão Nacional da Verdade não tem poder de  punir ou processar ninguém. Ela é formada por 7 integrantes  que foram escolhidos pela presidente Dilma Rousseff.

A ditadura sob a ótica de um ex-militante

Para mostrar como foi o período militar, o Mapa da Notícia conversou com Criméia de Almeida, ex-militante política que participou da Guerrilha do Araguaia e foi presa em dezembro de 1972, grávida de oito meses. Neste depoimento, ela relata as torturas pelas quais passou e como essa experiência afetou psicologicamente seu filho:



Memorial da Resistência de São Paulo

O Mapa da Notícia foi até o "Memorial da Resistência de São Paulo", localizado no bairro da Luz, para explorar um pouco do que está em exibição sobre a ditadura militar. O memorial faz parte de uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, através da sua Secretaria da Cultura, que pretende preservar as memórias da resistência e da repressão política.

O local escolhido para sediar esse museu foi, entre os anos de 1940 e 1983, o Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo - Deops/SP, uma das políticas mais truculentas do país durante o regime militar.

Confira no vídeo abaixo um pouco do que esse museu tem para oferecer:

terça-feira, 1 de maio de 2012

Curso de arte ajuda jovem escolher profissão

Muitas Organizações Não Governamentais (ONGs) ensinam atividades artísticas a crianças e jovens, que através destas oficinas descobrem talentos que, muitas vezes, os ajudam escolher um caminho profissional. A Ong Projeto Quixote, por exemplo, que fica na cidade de São Paulo, usa, principalmente, manifestações da cultura Hip Hop e aposta nas oficinas de break e grafite para ensinar arte e uma profissão aos seus alunos

“Boa parte das oficinas de grafite faz parte do Programa de Educação para o Trabalho, e são parte do programa pedagógico da Agência Quixote Spray Arte que oferece serviços de graffiti em muros, fachadas, espaços internos, móveis e objetos. Quem fica encarregado de fazer estes trabalhos é um dos professores das oficinas de grafite que leva um aluno para ser seu auxiliar,” disse o assistente de comunicação e projetos do Quixote, Vinícius Magnum.

Segundo Vinícius, atualmente, entre os grafiteiros da agência, dois foram ex-alunos e agora dão oficinas e trabalham com o grafite. Na Ong Cidade Escola Aprendiz, as atividades artísticas direcionadas para os jovens também existem. O projeto com maior foco em cultura e arte é o Trilhas Urbanas que atende cerca de 20 adolescente, entre 14 e 18 anos, por ano.

No Aprendiz, as atividades ensinadas aos adolescentes são: fotografia, desenho, expressão corporal e vídeo.  Que só são desenvolvidas a partir do interesse dos jovens em fazer os cursos. Apesar de não ter um projeto que encaminhe os jovens para o mercado de trabalho, a coordenadora do Trilhas Urbanas, Tarsila Portella reconhece que as oficinas ligadas a arte ajudam os alunos a encontrarem um caminho profissional. “Muitas vezes, a mudança de olhar potencializada pelo projeto transforma a posição do jovem com relação ao mercado. Temos retorno de vários adolescentes que ao saírem da Ong conseguiram estágios em produtoras, como assistentes de fotógrafos e artistas, outros começam a fazer faculdades relacionadas à área que aprenderam aqui,” disse a coordenadora.

Foi o que aconteceu com a estudante Luciana Carvalho, 22 anos, ex-aluna de vídeo do Projeto Trilhas Urbanas. “Eu ainda estava no ensino médio quando comecei a fazer a oficina no Aprendiz. Não tinha ideia qual profissão seguir, mas depois que entrei na Ong comecei a gostar do estava aprendendo e resolvi que ia fazer faculdade de rádio e TV. Hoje trabalho com edição de vídeo em uma produtora,” conta a estudante.
Através da cultura e da arte é possível promover ação social que pode ajudar adolescentes e crianças se tornarem cidadãos conscientes e profissionais responsáveis no futuro.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Como a Prefeitura de SP lida com a inclusão digital


Políticas públicas são praticadas de modo a atender as demandas da sociedade. Elas vão desde o apoio às atividades agrícolas e industriais até as ações de inclusão social. Tendo em vista esta premissa, fomos conhecer o trabalho que a prefeitura paulistana desenvolve no sentido de oferecer à população menos favorecida o acesso ao mundo digital.

Em junho de 2001, a população do bairro de Cidade Tiradentes juntamente com a representação do governo municipal instalou o primeiro telecentro num dos prédios da COHAB daquela região. A partir desta experiência, a prefeitura passou a escolher os locais de acordo com o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano mais reduzido, para a continuidade do Plano de Inclusão Digital. Segundo esta pesquisa, os bairros da periferia, principalmente aqueles em áreas de notável exclusão social, foram os mais contemplados com a instalação desses telecentros.

De acordo com Uebe Rezeck, responsável pela Secretaria de Participação e Parceria, a cidade conta atualmente com 441 telecentros. Em cada unidade, são disponibilizados cerca de 20 computadores e profissionais para o auxílio aos usuários.

Para a Coordenadoria de Inclusão Digital da secretaria, os cursos e serviços mais procurados são os de introdução à informática, digitação, editor de texto - Writer, editor de planilha - Calc, (que são softwares livres – parecidos com o pacote Office), pesquisa na rede, e-mail e introdução à arte digital e gif´s.

No Céu Formosa, que fica na Zona Leste de São, o telecentro é aberto a toda comunidade e com os mesmos serviços citados pela Secretaria de Participação. Ele é aberto todos os dias, inclusive aos finais de semana.

Nossa visita ocorreu manhã de um sábado e pudemos observar que o acesso às máquinas é fácil e gratuito, devendo ao usuário apenas apresentar um documento de identificação para cadastro.
Luiz Fernando, um dos usuários do telecentro do Céu Formosa, destacou a oportunidade de acesso à internet gratuita e também a importância dos cursos de qualificação profissional ministrados ali.

Nesta unidade que fora inaugurada em junho de 2011, já existem mais de 1100 usuários cadastrados, sendo 36% deles do sexo masculino, 40 % com o ensino fundamental e 29% na faixa etária entre 11 e 16 anos. Através do telefone 156, os cidadãos podem obter informações sobre os endereços dos telecentros espalhados pela cidade de São Paulo.

 
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